2.3.10

Soneto da fidelidade (Vinicius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais o meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar o meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.

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